quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bolsa: Aula 4 - Perfis de Risco, Análise Técnica e Análise Fundamental


Carrissimos investidores....


Hoje vamos abordar os três tópicos muito interessantes e que iniciam a abordagem mais profunda aos investimentos em bolsa.

Perfil de risco: identificar qual o risco que está disposto a correr, qual o tipo de investimentos a efectuar e delinear um plano de investimento para colocarmos todo o nosso foco nesse objectivo.

Análise Técnico e Análise Fundamental: São os dois tipos de análise existentes.Nos ambientes de discussão e opinião pode-se encontram grandes defensores tanto de uma como de outra porém, e na minha opinião, o óptimo será sempre juntar as melhores características das duas...

1. Perfil de Risco

1.1 - Introdução

Você é do tipo de condutor que gosta de dirigir a 100 km por hora, ou faz o estilo mais cuidadoso, sempre preocupado com os limites de velocidade?

Se você se define como mais cuidadoso, sabe que corre menos risco de acidente que aquele condutor mais apressado. Mas também sabe que isso não quer dizer que você está livre dos perigos do trânsito.

Este exemplo nos ajuda a entender como o risco faz parte das nossas vidas, por mais avessos e cautelosos que possamos ser.

O mesmo conceito pode ser usado nas aplicações financeiras. Risco é natural. O máximo que podemos fazer, assim como no trânsito, é reduzir a nossa exposição.

Os investimentos de alto risco podem ou não ser os de maior rentabilidade. O que você precisa é entender bem que riscos existem na aplicação que escolheu, seja ela qual for, e decidir: os ganhos compensam ou não a possibilidade de que nem tudo saia como o esperado.

Para responder esta pergunta é necessário que você aprenda um pouco mais sobre você e sobre o momento em que vive.


1.1 - Qual a finalidade do seu investimento?

ntes de escolher onde investir, é importante decidir como o capital investido será utilizado no futuro, pois essa decisão será determinante na hora de escolher o tipo de investimento. Por isso, tente listar seus objetivos e decidir o quanto será aplicado para atender a cada um. Caso existam mais objetivos que sua capacidade de poupança, tente eleger os mais importantes.

Os objetivos de investimento podem ser listados em termos mais específicos, como, por exemplo, "compra de uma casa", ou mais gerais, como, por exemplo, "formação de poupança para utilização futura". Porém, especificá-los melhor pode ajudar na hora de escolher o investimento mais adequado, principalmente se a cada um estiver associada uma estimativa de valor.


1.2 - Por quanto tempo a quantia que você investiu poderá permanecer aplicada?

A duração da aplicação é também um fator decisivo na hora de definir o investimento mais apropriado, pois o tempo que o valor ficará aplicado poderá influenciar na rentabilidade e até na tributação do mesmo. Portanto, além de especificar seus objetivos, associando a cada um deles o valor correspondente, é necessário estimar o tempo desejado para resgatar o investimento.


1.3 - Qual o seu perfil de risco?

Na hora de optar por um investimento tenha sempre em mente que, em regra, quanto maior a rentabilidade prometida, maior o risco de perder a quantia aplicada. Então, antes de escolher, compare a rentabilidade prometida com a média do mercado e desconfie de promessas boas demais, pois não existe milagre no mercado de capitais.

Além disso, quem escolhe correr riscos deve fazê-lo de forma consciente e estar preparado para que eventuais perdas não provoquem grandes danos. Por isto, evite aplicar a parte essencial do seu patrimônio em investimentos de alto risco.

Tendo isso em mente, descubra agora qual dos perfis abaixo melhor reflete sua propensão a riscos:

Perfil conservador

Privilegia a segurança e faz todo o possível para diminuir o risco de perdas, para isso aceitando até uma rentabilidade menor.

Podemos dizer que investimentos como Caderneta de PoupançaTítulos públicos e Fundos de Curto Prazo são mais compatíveis com investidores de perfil conservador.

Perfil moderado

Procura um equilíbrio entre segurança e rentabilidade e está disposto a correr um certo risco para que o seu dinheiro renda um pouco mais do que as aplicações mais seguras.

Alguns investimentos, tais como Fundos CambiaisFundos de Renda FixaAções e Debêntures, poderão ser considerados moderados ou arrojados dependendo, entre outros fatores, da política de investimento política de investimento que podem ser realizadas pelo gestor do fundo.

Perfil agressivo

Privilegia a rentabilidade e é capaz de correr grandes riscos para que seu investimento renda o máximo possível.

Os Fundos Multimercado são exemplos de investimento mais compatíveis com investidores de perfil agressivo, uma vez que há muita liberdade na composição de suas carteiras e mais exposição às oscilações de um determinado ativo, índice ou mercado.


Descobrir seu perfil pode ajudá-lo na escolha da aplicação mais adequada, desde que esta informação seja utilizada apenas como orientação (e não como verdade absoluta) e que sejam tomadas as precauções necessárias, antes e ao longo do investimento.


1.4 - Que tipos de precauções básicas você deve ter para escolher o melhor investimento para o seu perfil?

  1. Verificar se há registro do tipo de investimento que lhe interessou na CVM (Comissão de Valores Mobiliários);
  2. Ler atentamente o regulamento e/ou o prospecto do tipo de investimento que você seleciou;
  3. Informar-se sobre os custos incidentes sobre o investimento;
  4. Conhecer a estratégia do administrador do investimento e os riscos que você está assumindo; e
  5. Pesquisar a reputação das instituições envolvidas, entre outras precauções.


O mais importante é, antes de qualquer aplicação, verificar a solidez das instituições envolvidas (emissor do título, administrador, gestor, custodiante) e pesquisar nos documentos correspondentes (Regulamento do Fundo, Prospecto da Oferta Pública, etc.) qual o perfil de risco que você está assumindo.

Lembre-se também que, qualquer que seja o investimento escolhido, é preciso ter sempre em mente estas duas afirmações:

  1. Aplicações em valores mobiliários sempre têm risco de perda do capital investido.
  2. Se a quantia a ser investida é parte essencial do seu patrimônio, não arrisque.


1.5 - Como combinar objetivos e prazos na hora de escolher o melhor investimento?


Uma vez que você conheça seu perfil de risco e defina seus objetivos, poderá se informar sobre os investimentos disponíveis no mercado e verificar o mais adequado às suas necessidades. Vejamos alguns exemplos:

Viagem de férias - supondo que, neste exemplo, o valor aplicado tenha que ser resgatado em três meses. Neste caso, faz mais sentido escolher uma aplicação de curto prazo e baixo risco, pois, além do resgate ter que ser feito em breve, qualquer perda pode causar grande dano, uma vez que não há tempo suficiente para sua recuperação.

Compra de uma casa - neste caso, como provavelmente se trata de um montante alto e de um tempo de aplicação longo, é mais sensato escolher um investimento de longo prazo e valor alto, onde é provável obter maior rentabilidade com menor risco. Porém, é necessário cuidado redobrado, por um lado, devido ao montante aplicado ser significativo e, por outro, pelo fato da expectativa de resgate estar distante no tempo, o que faz com que seja necessário o constante acompanhamento da aplicação e sua permanente reavaliação para verificar a necessidade de mudança, caso o cenário que foi tomado por base para a aplicação mude.

Formação de poupança para utilização futura - neste exemplo, pelo fato do objetivo não estar claramente determinado (definindo quando e onde será utilizada a quantia investida), o mais indicado pode ser a diversificação das aplicações. Com essa estratégia, o investidor poderá escolher aplicações de diferentes riscos, rentabilidades e prazos, permitindo que tenha sempre quantias disponíveis para eventuais gastos, ao mesmo tempo em que maximiza seu lucro, além de poder compensar as perdas em uma aplicação com os ganhos em outra.

Por fim, lembre-se que, seja no curto ou longo prazo, seus investimentos se destinam a financiar seus planos para o futuro e, conseqüentemente, terão que ser modificados ou adaptados, à medida que tanto os planos quanto o contexto (político, econômico, etc.) forem mudando. Por isso, para ter certeza de que seus objetivos serão realmente atingidos, acompanhe sempre o desempenho de suas aplicações, procure manter-se permanentemente informado e, de tempos em tempos, reavalie suas decisões de investimento para ver se continuam coerentes em relação aos seus planos e ao ambiente que o cerca.


1.6 - Encontre o seu perfil de risco através de um simulador

Encontrei um link interessante que através de um conjunto de perguntas apresenta não só o seu perfil como também uma sugestão de investimento por diversos produtos:

http://montepio.pt/ePortal/v10/PT/jsp/activos/simPerfilRisco.jsp#

Atenção que é apenas um simulador e convém fazer uma auto-análise para perceber o nosso perfil e delinear o plano de investimento. 



2. Análise Fundamental (AF)

Este tipo de análise será a não abordada nas restantes aulas. Achei por bem apresentar apenas a análise, que do meu ponto de vista, é mais facil de aprender.

2.1 - Breve Introdução

Resumidamente, designa-se por Análise fundamental também conhecida apenas pela sigla AF, a avaliação de acções com recurso às previsões sobre o futuro da empresa e tendo por base uma série vasta de técnicas e indicadores.

Após essa avaliação chegamos a um Valor teórico para a acção e que nos permite concluir basicamente o seguinte:

  1. Se a cotação for superior ao valor teórico, a acção está sobreavaliada ou cara.
  2. Se a cotação for inferior ao valor teórico, a acção está subavaliada ou barata.
  3. Se a cotação for próxima do valor teórico, consideramos que está correcta.

A Análise fundamental difere da Análise técnica, a qual se baseia, essencialmente, em gráficos que representam o movimento histórico das cotações.


O objectivo da Análise Fundamental é determinar, em cada momento do tempo, qual o
valor intrínseco de cada empresa. Para tal, há que conhecer bem a empresa que se está
a tentar avaliar, para posteriormente se tentar quantificar o valor que consideramos justo.
Com base nessa avaliação e determinação do preço justo para cada empresa, concluise
se o preço de mercado está caro ou barato.

Documento sobre a análise fundamental com uma breve apresentação da mesma: 


3. Análise Técnica (AT)

Chegamos ao tema foco das nossa aulas em termos de análise. Vamos abordar a análise técnica enumerando os seus indicadores, caracteristicas, ponto positivos e pontos menos positivos.

3.1 - Introdução

Análise Técnica também conhecida como Análise Gráfica, é uma ferramenta utilizada por investidores profissionais (conhecidos como traders) ou amadores para o estudo de acções individuais e do mercado de renda variável (também conhecido como mercado de risco), com base na Oferta e Procura de ativos (acções).

Baseia-se na idéia de que os preços dos ativos se movem de acordo com padrões repetitivos e identificáveis.

A análise técnica (AT) registra em gráficos, as atividades de preços e volumes e deduzem de sua história gráfica as prováveis tendências dos preços de ativos. Por meio de ferramentas estatísticas denominadas indicadores técnicos é possível identificar pontos de possíveis reversões nessas tendências estabelecidas, facultando os investidores a antecipar-se aos movimentos de mercado.

A Análise Técnica foi fundamentada com a Teoria de Dow, que diz que os preços dos ativos refletem a reação do mercado em relação a todas as informações relevantes. Ou seja, o preço desconta tudo, tem tendência e os padrões se repetem.

Suporte e resistência, são um dos conceitos fundamentais da análise técnica. Admitindo-se que o mercado tem memória e grava preços, resistências seriam preços considerados "caros" para determinada ação. Nos gráficos, eles são percebidos quando em um trajetória ascendente a ação encontra dificuldades em continuar seu caminho. Já os suportes, são preços considerados "baratos" para determinadas ações; estes são observadas nos gráficos quando em trajetória descendente, a ações encontram dificuldades em continuar a trajetória de queda.

Os traders que se utilizam da análise gráfica buscam figuras de impulsão, tanto de queda quanto de alta, para aproveitarem o aumento ou queda dos preços de um determinado ativo devido a essa figura de impulsão. 

As figuraas mais conehcidas são o W, M, OCO ( ombro-cabeça-obro ), OCOI ( ombro-cabeça-obro invertido) e suas variações que pdoem ter vários nomes.

O tamanho das figuras de projeção permitem ao trader projetar a variação de preços, de alta ou de queda, dos ativos utilizando-se das proporções de ouro que foram estabelecidas por Leonardo Fibonacci.



3.2 - Casos de Sucesso

Quando todos começamos a investir nos mercados, procuramos livros, de pessoas que tiveram sucesso e que são agora as mais ricas do mundo, falo por exemplo de Warren Buffet ou Carlos Slim. O primeiro, segundo a Forbes ocupa o 3ºlugar na tabela dos mais ricos do mundo, mas não sei se isso se mantém, visto que Buffet doou toda a sua fortuna à fundação de Bill Gates. Já Carlos Slim, pode ter diminuído a sua riqueza agora com a queda dos mercados em 2008, algo que a Forbes não contabilizou, mas não acredito que ele deixe de ser o mais rico do mundo.

Warren Buffet e a Análise Técnica

O exemplo de perfeição que admirei quando entrei para a nova dimensão dos mercados bolsistas, foi Warren Buffet. 

Warren Buffet começou a sua vida de investidor baseando todos os seus negócios na Análise Técnica. O que é a Análise Técnica? Como se analisa uma empresa cotada na bolsa a partir da AT? Como é possível negociar com a AT?

A AT, é o estudo dos gráficos das cotações de uma dada acção. Baseia-se na teoria de que as cotações variam segundo determinados padrões que se repetem e que são identificáveis. Na AT usam-se indicadores que podem ser criados, para tentar perceber se um determinado stock possa estar em máximos, mínimos ou como pode vir a oscilar no futuro. Estocásticos, Médias Móveis, RSI, entre outros, são alguns dos indicadores que também funcionam muitas vezes combinados entre si (as fórmulas).

A análise via Análise Técnica pretende tentar perceber como os traders vão reagir a preços futuros e ao toque em valores de referência no passado, tenta perceber o que vai no psíquico de cada trader. O mercado não se interessa com o que nós pensamos, nós é que temos que procurar perceber como vai mover o mercado, como vão os outros reagir. É assim que um analista técnico observa a evolução dos mercados.

A AT começou a ter grandes avanços no final do século XX, devido à informatização dos sistemas que permitia a criação e geração automatizada de gráficos só com dados que se introduziam. Actualmente funciona tudo em tempo real. Podemos ter os gráficos ao segundo ou a cada negociação realizada. É simplesmente fantástico.

Warren Buffet e a Análise Fundamental (Este titulo encontra-se aqui para entender o enquadramento da alteração do tipo de investimento)

Mas antes os analistas técnicos eram troçados e ridicularizados. Tudo era à base do papel: Imagino o que era um trader a negociar num tempo de 10 minutos, a desenhar os gráficos e os indicadores…

Warren Buffet de imediato desistiu da AT, e procurou ler mais sobre a Análise Fundamental. O seu "professor" e mestre foi Benjamin Graham, mas Buffet investiu mais na diversificação. Tanto um como outro fizeram a sua fortuna baseada na Análise Fundamental.




Referênias:

Perfil de Risco
Análise Fundamental
  1. http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Análise_fundamental
  2.  http://www.activobank7.pt/Uplimg/44/Manual_Analise_Fundamental.pdf
Análise Técnica

Blog:
Todas as aulas encontram-se no site www.viverinvestindo.pt.vu
Convido-vos a comentar as aulas, a sugerir alterações  construtivas ou novos conteúdos.



 P.S. - O que pretendo com esta iniciativa é que as pessoas tenham um conhecimento básico do que é a bolsa, os seus conceitos básicos e as bases da análise técnica. Declino quaisquer responsabilidade em iniciativas próprias de investimentos. Sejam criticos em relação a tudo o que escrever e disser. Sejam elementos activos e não elementos passivos.



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